Caçador
Já nada me impedirá nem a minha vontade abalará. Nem doces venenos nem pérfidas seduções, prefiro arranjar eu as minhas próprias soluções.
Persigo a minha suposta presa, mas pergunto me se não serei eu o caçador ou o caçado, se não serei presa do meu próprio passado.
Um rei perseguindo a sua rainha, fugaz e escorregadia. Predador na noite e sobrevivente no dia, seguirei em frente para fazer algo que antes não podia.
Ser amado e amar, ser levado aos céus por correntes de ar, poder receber e poder dar, com ela assim ficar e em frente continuar.
Meu corpo anseia parar, mas a minha alma persiste em avançar. Quebro estas correntes de resignação e ergo o meu corpo da lama do chão.
Em frente. Sempre em frente. Se parar morro. Se descansar, morro. O tempo na sua crueldade não pára. Não espera por ninguém. Sem piedade.
Por ela também não posso parar. Tenho algo a fazer. A luz dela alcançar. Pararei apenas quando o meu espírito morrer, mas descanso no facto de que ele mesmo é a única parte de mim que não morrerá.
Rei e caçador. Livre de dor. Caçando o seu amor.
Diogo said,
Março 9, 2010 às 2:50 am
Acho que este é o melhor dos teus textos até agora, embora é difícil de dizer. Os outros são muito diferentes, e fazem mais o meu estilo.
frreakgrrl said,
Março 20, 2010 às 12:17 pm
Escreves tão bem carocho 😛 Soce pa quando vêm mais?